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Mulheres do Projeto Rede Solidária são protagonistas de documentário que fala sobre as dificuldades das associações durante a pandemia

 

O documentário “Elas em Elos: a força das mulheres em rede” foi lançado no dia 26 de janeiro, em uma sessão aberta e gratuita no Cine Vitória, em Aracaju. Além da equipe do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe e o público externo, representantes dos sete municípios de atuação do Projeto estiveram presentes para prestigiar o evento. Tendo como personagens principais as próprias mulheres, o documentário dirigido por Rita Simone Barbosa fala sobre as dificuldades das mulheres durante a pandemia e como elas se construíram em uma rede de afeto.

 

“Elas em Elos” foi gravado no período de outubro a dezembro de 2022, sendo entrevistadas 20 mulheres de distintos territórios nos municípios de Indiaroba, Estância, Barra dos Coqueiros, Pirambu, Japaratuba, Carmópolis, Aracaju e Divina Pastora.  As entrevistadas são catadoras de mangaba, agroecologistas, ambientalistas, marisqueiras, pescadoras, rendeiras, artesãs da palha do ouricuri e fazem parte do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe.

 

“Esse documentário é mais uma ação coletiva das mulheres que integram o Projeto Rede, que esteve do nosso lado também no período da pandemia e que retornou em uma nova fase para continuar esse trabalho de afeto e dedicação”, declarou Alicia Salvador, presidente da Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai).

 

Além de apresentar pautas relevantes para a construção de políticas públicas para mulheres, que se cruzam com a promoção da segurança alimentar, educação e meio ambiente, o vídeo reúne um conjunto de desafios enfrentados pelas protagonistas durante a pandemia e quais as soluções que encontraram para sobreviver.

 

“O documentário traz em seu argumento a relevância das mulheres da Rede em seus territórios. Mostra que somos iguais a maioria de trabalhadoras desse Brasil, que sofreram o abandono e descaso governamental, mas se ergueram por elos de solidariedade”, pontuou Mirsa Barreto, coordenadora do Projeto e uma das entrevistadas do documentário.

 

As dificuldades durante a pandemia

Antes de iniciar a exibição do documentário, foi feita uma homenagem às companheiras Rita Ângela Maciel e Maria Isabel de Jesus Silva, do município de Carmópolis, que foram vítimas da Covid-19. As famílias dessas mulheres lutadoras e inesquecíveis estavam presentes para receber a homenagem.

 

“Foi emocionante gravar o documentário porque relembramos o que passamos na pandemia e as perdas que tivemos. Espero que as pessoas vejam com muito amor e carinho o que passamos, os nossos sentimentos”, declarou Maria Eugênia, de Carmópolis.

 

Envolvimento das mulheres

Tainara Vidal, catadora de mangaba do povoado Ribuleirinha (Estância), foi uma das entrevistadas e também assina o documentário como produtora. Para ela foi um aprendizado e uma satisfação poder contribuir com um material que conta a sua história e a de suas companheiras.

 

“Durante o intercâmbio que fizemos para a Coopercuc, em Uauá – BA, Rita perguntou se eu gostaria de fazer parte e estar junto com ela no documentário. De imediato eu aceitei porque seria a oportunidade de fazer algo que mostrasse a força das mulheres do Projeto e também um novo conhecimento para mim”, contou Tainara.

 

Em sua primeira atuação como produtora, Tainara pôde fazer junto às outras comunidades o importante trabalho de articulação e mobilização das mulheres para as entrevistas.

 

Para a diretora do documentário, Rita Simone Barbosa, contar as histórias de enfrentamento às dificuldades impostas pela pandemia é uma forma também de inspirar outras mulheres a continuarem resistindo, além de ser algo que de agora em diante vai fazer parte da história de cada uma das mulheres que atravessaram esse período ou foram atravessadas por ele.

 

“Durante o processo de realização do vídeo, a convivência com as mulheres me ensinou a apurar a escuta sobre a diversidade de pessoas engajadas em formar uma corrente capaz de ampliar o sentido de humanidade, identidade e resistência, ainda que em tempos de pandemia e insegurança alimentar severa. Tudo isso me ajudou na cura de um processo de luto pessoal, que eu vinha passando desde setembro do ano passado, e me sinto muito agradecida a cada uma delas pelos ensinamentos e oportunidade”, comentou Rita Simone Barbosa.

O documentário está disponível no canal do Projeto no YouTube. O Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe é realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Movimento de Catadoras de Mangaba (MCM).