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Influenciadores digitais e Petrobras participam de roteiro turístico desenvolvido pelas mulheres do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe

 

Durante todo o dia da última terça-feira, dia 18, a Petrobras e um grupo de pessoas convidadas percorreram os municípios de Estância e Indiaroba conhecendo as associações e as mulheres do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe. A ação foi protagonizada pelas mulheres e teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre as atividades desenvolvidas por elas e mostrar a transformação na vida das famílias de extrativistas e artesãs no estado.

 

Participaram do roteiro turístico os integrantes da Petrobras, a influenciadora digital Nath Finanças, a Agência Econordeste, professores da Universidade Federal de Sergipe e o Senac de Sergipe. O roteiro iniciou no povoado Manoel Dias, seguido do povoado Ribuleirinha, ambos de Estância, e finalizou com uma tarde de troca de aprendizados no povoado Pontal, em Indiaroba.

 

Conhecendo histórias

Em Estância, tia Dilva abriu as portas de sua casa para receber os visitantes e as mulheres puderam contar em detalhes sobre a vivência na comunidade e sobre as ações coletivas que realizam. Em um território de mulheres extrativistas, as participantes do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe apresentaram seu viveiro de mudas com espécies da Mata Atlântica e da Restinga, a tecnologia social do secador solar que elas utilizam para fazer os alimentos com a mangaba e expuseram suas histórias de vida e luta contra a especulação imobiliária no território.

 

No povoado Ribuleirinha, ainda em Estância, os visitantes puderam conhecer Tainara Vidal que, recentemente, foi protagonista da série “Histórias Transformadoras”, produzida pela Petrobras e que apresenta histórias de vidas que foram transformadas pelos projetos do Programa Petrobras Sociambiental. Além do diálogo com Tainara e da recepção feita pelas outras mulheres da associação, os participantes do roteiro puderam experienciar a produção do petit four de mangaba, um dos produtos de destaque vendido pelas mulheres do Projeto.

 

Tanto em Manoel Dias como em Ribuleirinha, os convidados puderam experimentar, alguns pela primeira vez, o sabor da mangaba in natura, com o suco, com o bolo e torta preparados pelas mulheres para receber os visitantes. Foi uma oportunidade de conhecerem através do paladar todo o simbolismo que a fruta representa para os estado e para a vida das mulheres.

 

 

Para Marcela Levigard, gerente de programas sociais da Petrobras, essa experiência de imersão nos fazeres das comunidades possibilita outra perspectiva sobre a importância dos programas sociais da instituição.

 

“Uma coisa é você ler os materiais feitos pelos projetos e ver que as ações são relevantes, que estão cumprindo com a proposta de geração de renda para as mulheres, mas vir aqui e ouvir elas falarem sobre a importância de se organizarem socialmente, falarem sobre feminismo, sobre empoderamento feminino, eu acho que potencializa essa relevância. O principal para mim é saber que estamos contribuindo para que elas se fortaleçam como grupo”, declarou Marcela.

 

Ascamai: Associação mãe

A última parada do roteiro foi no povoado Pontal, em Indiaroba, onde fica localizada a Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), que realiza o Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Em uma tarde de sol, as mulheres conduziram os visitantes pelo píer do povoado, contando a história local e as curiosidades turísticas. O roteiro foi finalizado no espaço onde ainda resistem pés de mangaba que emolduram um ambiente propício para a apreciação da história e memória das catadoras de mangaba.

 

Alicia Salvador, presidente da Ascamai, relatou a trajetória das catadoras de mangaba e como foi o processo de organização coletiva.

 

“No início eu pensava individualmente, onde eu só me preocupava com as minhas vendas, com a minha cata da mangaba, eu não me preocupava em saber se existiam outras catadoras de mangaba no estado. O contato com os projetos sociais, pesquisadores e iniciativas que traziam essa perspectiva de coletivo me fizeram enxergar a atividade com outros olhos. Eu consegui perceber a necessidade da organização para avançar na luta pela preservação das mangabeiras no estado, isso para mim foi transformador”, relatou Alícia.

 

Após a roda de conversa, os convidados fizeram o plantio de mudas de mangaba presenteado pelas mulheres de Manoel Dias para contribuir com o reflorestamento na área preservada em Pontal. Foi um ato simbólico e bastante significativo por colocar em prática uma das propostas do viveiro de mudas cultivado pelas mulheres.

 

A influenciadora digital e analista financeira, Natália Rodrigues, conhecida nacionalmente como Nath Finanças, ficou todo o tempo encantada com as histórias e a organização das mulheres do Projeto e em saber que as mulheres também conheciam seu trabalho nas redes sociais.

 

“Primeiro eu fiquei muito feliz em saber que meu nome foi indicado por elas, é a minha primeira vez em Sergipe e o que eu pude ver é que essas mulheres são guerreiras, batalhadoras e, independente de tudo, estão ali juntas pensando em cada detalhe, como a precificação dos produtos que achei incrível. Elas me fazem sentir que nós mulheres podemos tudo e podemos criar coisas extraordinárias do zero, de acordo com nossas vivências. Vou levar para sempre o tom de carinho que elas usam para falar umas das outras e do Projeto. Serei eternamente grata por essa experiência proporcionada por elas, pelo Projeto e pela Petrobras”, disse Natália.

 

Experiência de roteiro turístico

As mulheres do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe estão em processo de retomada do aprendizado sobre Turismo de Base Comunitária, iniciado ainda em 2018 junto a Universidade Federal de Sergipe, e que resultou em um “Roteiro de Comercialização – Turismo de Base Comunitária” lançado em 2020. As escolhas dos locais e a organização do percurso foram pensadas por elas de forma coletiva, destacando as paisagens naturais e a cultura material e imaterial dos locais.

 

Para o professor do Departamento de Turismo da UFS, Dênio Azevedo, o roteiro conseguiu passar toda a história das mulheres e apresentar os locais de forma afetiva e intimista.

 

“É, de fato, um encontro com uma série de histórias de vida, de mulheres que se fortaleceram a partir da sua prática com a mangaba. De mulheres que passaram a se reconhecer e se empoderam graças a um Projeto que visa a solidariedade e a coletividade. É muito interessante ouvir esse sentido de pertencimento dos territórios e o turismo de base comunitária só contribui para disseminar essas histórias e ampliar o empoderamento das mulheres”, destacou Dênio.

 

Edna Dias, assistente social e representante da Petrobras em Sergipe no roteiro, parabenizou a iniciativa de convidar a imprensa e influenciadores digitais para conhecer as mulheres do Projeto.

 

“O que acho mais interessante é essa abertura para que outros atores possam disseminar e potencializar os projetos. Nós já sabemos do impacto social que esse Projeto tem nas comunidades, mas trazer outras pessoas torna isso muito mais potente e inovador. Eu achei uma excelente ideia e fiquei muito feliz por poder participar desse momento”, afirmou Edna.

 

Para Mirsa Barreto, coordenadora do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, a experiência de estar com as mulheres que realizam o Projeto é única e enriquecedora.

 

“Sempre que há a oportunidade de que outras pessoas conheçam de perto a história das mulheres do Projeto, elas fazem isso com alegria. As mulheres são contadoras de histórias diárias e todas as suas lutas podem ser vistas através dos olhares, da fala, dos gestos, dos sorrisos e dos saberes e fazeres de cada uma. É uma experiência que as pessoas não esquecem, tenho certeza disso, porque somos atravessadas por suas histórias e levamos isso para sempre”, pontuou Mirsa.