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Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe estende atividades e parceria com a Petrobras até 2025

 

Com previsão inicial de atividades até setembro de 2023, o Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi contemplado com um aditivo para continuidade das ações até 2025.

 

O projeto foi finalizado no dia 29 de setembro, tendo as atividades de formação, de qualificação e dos processos de melhorias dos produtos propostas para 2021/2023 sido cumpridas. Foram dois anos de trabalho intenso, onde as mulheres que participam do projeto puderam destacar ainda mais seus trabalhos e os modos de vida em suas comunidades. Além da participação em feiras e eventos, as mulheres foram protagonistas em um documentário e um livro reportagem que contam suas histórias e preservam suas memórias.

 

Outro destaque dos últimos dois anos foi o lançamento do site E-Commerce do projeto, reunindo as produções de rendeiras, artesãs e catadoras de mangaba no mesmo espaço de comercialização, com entrega para todo o território nacional. Além disso, foi realizada a 2ª edição do Rede na Praça, em Carmópolis, com ações de autocuidado, orientações e comercialização; visita de influenciadores digitais em um roteiro turístico pela região Sul de Sergipe; participação na Expofavela, onde foram selecionadas para participar da edição do evento em São Paulo, em dezembro; organizaram a primeira Mostra Ouricuri, com produtos das palha, das Catadoras de Mangaba e das mulheres de Carmópolis; e receberam a visita de chefes de cozinha renomadas e de políticos onde puderam reivindicar a criação de uma reserva extrativista.

 

Produção para merenda escolar em Capuã

 

Resultados positivos

As oficinas oferecidas, a partir das demandas apresentadas pelas comunidades, foram realizadas intensamente, sendo executadas pela equipe técnica do projeto Rede Solidária. No total, 448 mulheres participaram das oficinas artesanais, 291 de processamento de alimentos, 243 das oficinas de agroecologia e 107 mulheres de Divina Pastora participaram das oficinas de educomunicação.

 

Sobre as oficinas, Maria Beatris da Conceição, do povoado Pontal, em Indiaroba, reforça que as ações são oportunidades de aprendizado para ela e para a comunidade. “Cada vez mais eu fui aprendendo em todas as vezes que fui para as oficinas de agroecologia, eu participava, gostava e quero que continue. Inclusive, já levei algumas coisas para casa porque eu gosto de plantar. Eu gosto de me envolver em tudo que é curso, mesmo quando não me identifico de início, mas eu participo porque eu acho que é mais conhecimento e só agrega”, destacou.

 

Como resultados das ações, foram contabilizados 14 novos produtos alimentares, sendo 05 da linha diet e 03 específicos para a alimentação escolar. Nas atividades de agroecologia, 12 quintais produtivos foram criados e 03 viveiros de mudas estão em pleno funcionamento. Além da atualização diária das redes sociais do projeto e do site, foram impressos 6 mil boletins informativos e 10 mil filipetas educativas de acesso gratuito ao público em geral.

 

Para os visitantes que vem conhecer Sergipe, foram instaladas 12 planas de sinalização nas entradas e saídas dos povoados onde o projeto está inserido nos municípios de Divina Pastora, Pirambu, Carmópolis, Japaratuba, Estância, Indiaroba e Barra dos Coqueiros.

 

Além das oficinas, o projeto promoveu diversos encontros de fortalecimento das associações, cursos para a gestão do site de vendas, construção de planos de comunicação e roteiros de turismo de base comunitária, intercâmbio com uma cooperativa em Uauá, na Bahia, lives e webinários para o diálogo sobre questões necessárias como o debate racial, o fim da violência conta a mulher, emancipação e autonomia financeira.

 

“Através da associação de Manoel Dias e do Projeto, eu consegui resistir, seguir com a luta pela preservação da mangaba e com as atividades, nós aprendemos cada vez mais e buscamos colocar em prática no nosso dia a dia tudo que vivenciamos nos encontros promovidos pelo projeto”, declarou Karina Alves, do povoado Manoel Dias, em Estância.

 

Continuidade

A Petrobras, em reconhecimento ao trabalho e à importância das atividades do projeto para as mais de 400 mulheres sergipanas, convidou a Rede Solidária de Mulheres de Sergipe a dar continuidade às ações até 2025, inserindo novas áreas e ampliando o trabalho coletivo e participativo realizado pela equipe. Além da continuidade das ações, há a continuidade da parceria entre o projeto e a empresa, que está com a Rede Solidária desde o início, contribuindo para que oportunidades sejam criadas e vidas sejam transformadas. Em 2023, a Petrobras comemora 70 anos e o projeto também foi convidado a participar das comemorações locais e nacionais.

 

Para Alícia Salvador, presidente da Ascamai, a continuidade do projeto é uma forma de ampliar oportunidades e empoderar ainda mais mulheres em Sergipe.

 

“Para nós é de grande privilégio dar continuidade às atividades, isso mostra o quão sério e bonito é o nosso trabalho, o trabalho que a gente faz, o projeto que a gente desenvolve com a Petrobras. Um projeto onde envolve apoia e trabalha com as mulheres, dando mais visibilidade ao trabalho, levando o nosso público feminino a ocupar mais espaços na sociedade, espaços que são nossos, e que muitas vezes nos é negado. Então, quando a gente vê esse tipo de reconhecimento, não só pela Petrobras, mas por toda a sociedade brasileira e, posso dizer, do mundo, para gente é de extrema importância estar participando e ocupando esses espaços”, concluiu Alícia Salvador.

Encontro de formação na sede do projeto