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Reunião de mobilização e suporte: reflexão sobre os meios de comunicação marca o último dia de atividade

 

O segundo e último dia da reunião de mobilização e suporte às associações, com o tema “Discutindo a Comunicação Digital nas Associações”, aconteceu na última terça-feira, 12, e foi marcado pelos debates que envolvem olhares e usos críticos da comunicação e das suas ferramentas de tecnologia e informação.

 

O dia começou com uma roda de conversa sobre “Comunicação e Alteridade”, ministrada pelo fotógrafo do Projeto, Kaippe Reis. De acordo com ele, a proposta do espaço era refletir sobre o quanto a identidade dos sujeitos está diretamente pautada na diferença do outro.

 

“Quem se é, é reflexo do que o outro fala sobre si e a comunicação é um instrumento de reforço reacionário ou progressista desse entendimento. Assim, as participantes da oficina foram levadas a compreender a alteridade ao mesmo tempo que pensaram em maneiras de se comunicar incluindo pessoas com deficiência, a comunidade LGBTQIA+, neuroatípicos, indígenas, a pluralidade de pessoas não brancas e tantas outras identidades que não passam pelo espaço hegemônico do homem branco heterossexual”, explicou Kiappe.

 

 

Em seguida, a jornalista do Projeto Marília Souza, ministrou a oficina de “Redação para as redes”, na qual foram apresentadas as estratégias que a equipe de comunicação do Projeto utiliza para estabelecer uma comunicação assertiva no Instagram da Rede.

 

“Conversamos sobre o texto servir como complemento dos outros elementos comunicativos, também foram passadas algumas estratégias para a construção de um texto mais chamativo para o Instagram das associações. Elas compartilharam a experiência das redes sociais de cada associação e depois fizeram um exercício de construir um texto para uma foto da escolha delas”, contou Marília.

 

“A oficina de redação para redes serviu para as mulheres compreenderem que as histórias podem ser contadas não só através de fotos, mas também com uma boa descrição dos sentimentos do que acontece nas atividades. Elas chegaram aqui com a ideia de que, para escrever, é preciso ter o dom e a qualificação certa, mas saíram com a percepção de que todas são capazes de construir os textos. Assim como na oficina de Comunicação Comunitária, as mulheres aprenderam que ninguém contaria suas histórias melhor do que elas mesmas”, completou.

 

E o dia foi encerrado com a roda de conversa sobre “Leitura crítica da mídia”, mediada pela jornalista Agatha Cristie, que instigou as mulheres para uma reflexão crítica de como o imaginário social é construído por visões de mundo hegemônicas, geralmente carregadas de preconceitos e intolerância, e tudo isso se reflete na comunicação que recebemos e na comunicação que produzimos.

 

 

Tudo isso foi debatido a partir do vídeo “O perigo da história única”, de Chimamanda Ngozi Adichie, uma feminista e escritora nigeriana, reconhecida como uma das mais importantes jovens autoras anglófonas de sucesso, atraindo uma nova geração de leitores de literatura africana.

 

“Foi incrível perceber o quanto elas entenderam e se identificaram com tudo o que a Chimamanda falou no vídeo. Fiquei muito feliz com o resultado da nossa conversa, porque tenho certeza que elas nunca mais farão uma leitura inocente ou ingênua da mídia. A comunicação feita pelos grandes veículos da comunicação tem lado e geralmente não é o lado de mulheres como as mulheres da rede. Mulheres simples, reais, negras, trabalhadoras, artesãs, guardiãs de modos de vida e culturas tradicionais”, disse Agatha.