Junho é o mês mais festivo para o povo nordestino. A diversidade de cores, de danças, os fogos, as vestes, a alegria e a gastronomia são marcas da manifestação cultural mais celebrada na região Nordeste. E para esquentar ainda mais o coração de quem ama essa festa, a produção e venda dos licores disparam. As mulheres do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), produzem licores artesanais a partir de frutas da restinga e dos quintais produtivos em Carmópolis, com o intuito de promover uma experiência diferente a partir de várias combinações de sabores.
Mas, para quem ainda não conhece, os licores são bebidas doces e aromatizadas, feitas a partir da combinação da fruta ou ervas, açúcar e cachaça. De acordo com a engenheira de alimentos do Projeto, Tuânia Soares, que desenvolve junto às mulheres, oficinas de processamento de alimentos, uma das principais características do licor artesanal é o processo de boas práticas que garante a qualidade e a segurança no produto não somente para as mulheres que estão produzindo as bebidas, mas para os consumidores dos produtos.
“O fortalecimento do trabalho coletivo é uma das principais características das oficinas de processamento de alimentos, e com isso, há troca de saberes e orientação técnica, onde são feitos produtos partir das frutas da restinga e dos quintais, destacando os licores artesanais, que seguem etapas como o preparo da matéria –prima, a obtenção do extrato alcoólico, a adição da calda, a mistura, o repouso, a clarificação e o envase para ter licores deliciosos. Os licores são comercializados à temperatura ambiente e apresentam extensa vida de prateleira. O que agrada os consumidores é a liberdade de experimentar diferentes combinações, resultando numa infinidade de sabores”, explicou Tuânia Soares.
Sabores e Licores
As mulheres da cidade de Carmópolis produzem uma gama de licores com sabores variados, e muitas vezes, inusitados para o público. Uma das grandes surpresas para o público consumidor e que se tornou um dos mais vendidos é o licor de jaca. “Os nossos clientes têm gostos diferentes, mas os mais procurados são os de jaca, jenipapo, abacaxi e acerola. Neste momento, o licor de jaca é o mais vendido, as pessoas se surpreendem quando experimentam e querem levar. Para nós, é gratificante, porque nos dá a certeza de que estamos fazendo um produto de qualidade, e que está sendo reconhecido. Nós fazemos com muito amor e com o maior cuidado com higienização, esterilização, com todo o processo, para garantir que tenha sempre a qualidade de excelência”, afirmou Maria Eugênia, artesã de Carmópolis.
Segundo Karina Alves, povoado Manoel Dias, em Estância, os licores são mais vendidos no período junino, onde a procura por todos os sabores aumenta. “A gente pensava que alguns licores sairiam mais que outros, mas estamos impressionadas como todos que estamos produzindo estão saindo muito bem. É uma grande satisfação para nós, quando o público chega, experimenta e faz aquela festa, isso é um grande reconhecimento do nosso trabalho, de toda a dedicação que temos. A maioria dos clientes, nesse período junino, leva mais de um sabor, ou seja, é a prova de que estamos indo pelo caminho certo, com um produto feito com qualidade e dedicação”, concluiu.
A coordenadora do Projeto, Mirsa Barreto, ressalta que a produção de licores é fruto de um trabalho coletivo, idealizado e desenvolvido pelas mulheres que fazem parte das associações dos municípios que formam a Rede Solidária de Mulheres. “Todo o processo de feitura e todas as atividades realizadas ao longo desse processo são pensadas coletivamente e é dessa maneira que as mulheres conseguem reproduzir produtos de extrema qualidade, cumprindo todos os requisitos de boas práticas de produção alimentícia e entregando um produto final primoroso e com muito sabor, prova disso é o sucesso que tem sido a venda dos licores em eventos como o Arraiá do Povo e outras festas neste período junino”, destacou.
Os licores produzidos pelas mulheres do Projeto podem ser adquiridos através do E-Commerce (rede-solidaria-de-mulheres.lojaintegrada.com.br), até o dia 01 de julho no stand do Arraiá do Povo, localizado na Praça de Eventos da Orla de Atalaia ou entre os dias 21 de junho e 09 de julho durante o evento Casa dos Saberes e Fazeres, no Oceanário de Aracaju, também no bairro Atalaia.
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