No dia 24 de outubro, Sergipe celebra a sua identidade, história e cultura com o dia da Sergipanidade, instituída pela Lei nº 8.601/2019. Neste ano, as mulheres do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), receberam convites especiais para integrar uma programação diversa com o objetivo de enaltecer o trabalho artesanal que representa a sergipanidade em todos os sentidos.
De 23 a 30 de outubro, as tecelãs do povoado Malhadinha (Poço Verde), as tranceiras de Alagamar (Pirambu), as rendeiras de Divina Pastora e as catadoras de mangaba, mulheres guardiãs dos saberes e fazeres de comunidades tradicionais, mostraram toda a beleza e as delícias que produzem, em ações que englobam as áreas de moda, com showroom e desfile na Casa Habyto, decoração, com a Vitrine Cajucidade – Shopping Jardins (assinada por Rejane Schultz, Laura Estrela e Celi Miranda) e gastronomia, com pratos exclusivos preparados por chefs e as catadoras de mangaba que estiveram no menu dos restaurantes Seu Sergipe, Dona Divina, Casa do Mangue e no home chef da Singela Cozinha, durante a semana da Sergipanidade.
As ações integram o projeto ‘FAZERes e VIVERes SERgipanidade’, realizado pela plataforma colaborativa ÇIRIJI – Olhar para Sergipe e Criar Pontes, com o apoio da Rede Solidária de Mulheres, Instituto Banese, Casa Habyto, Shopping Jardins e Qreative. “Sergipe é tão diverso, seus modos de criar são plurais, fazendo da identidade e os fazeres do povo sergipano algo único e valioso para o nosso país. O intuito foi enaltecer essa pluralidade e a coletividade, fazendo o elo entre o fazer artesanal, o público e os empresários, proporcionando à população experiências únicas”, destacou a idealizadora do projeto, Jaci Rosa Cruz.
A coordenadora do projeto, Mirsa Barreto, ressalta a importância da participação e intercâmbio de saberes nos múltiplos eventos promovidos para valorização do trabalho das mulheres. “Um dos objetivos do projeto é justamente realizar o intercâmbio de saberes e fazer circular esse conhecimento ancestral em eventos, feiras, onde as mulheres possam exibir e comercializar os seus produtos, dialogando diretamente com o público e mostrando a importância de tudo que elas desenvolvem e representam suas trajetórias”, afirmou.
Representatividade
Uma das grandes novidades do projeto ‘FAZERes e VIVERes SERgipanidade’ foi o desfile das mulheres da rede e de outras convidadas e convidados na Casa Habyto, onde elas puderam apresentar ao público a composição de looks com acessórios em palha do Ouricuri, renda irlandesa e a tecelagem. “O evento foi maravilhoso, pena que desfile é algo que passa muito rápido, mas foi muito especial poder mostrar as peças ao público, peças que são produzidas por nós que fazemos parte da Rede”, Geisielen Lima, associada da ASMURAC em Carmópolis.
Para Maria Ivanilde Cardoso de Jesus, da Associação das Rendeiras Independentes de Divina Pastora – Asdrin – é muito importante fazer parte desse evento para expor os produtos da renda. “Fizemos tudo com muito amor e carinho. É gratificante ser reconhecida pelo público que compra os nossos produtos, as pessoas ficam admiradas pela maneira que fazemos. E Sergipanidade para mim é cultura, tradições, uma troca de saberes, onde mostramos nossos trabalhos, nossas identidades, o modo de fazer. Amo muito o que faço e tenho muito orgulho disso”, disse.
A palha do Ouricuri também foi destaque e representou o trabalho das tranceiras do povoado Alagamar. Josilene Santos Tavares, artesã do povoado Alagamar, “Sou sergipana com muito orgulho e hoje mais ainda porque as nossas peças foram para um desfile, foram valorizadas, e isso é muito importante para nós, faz parte de nosso orgulho em ser sergipanas também, faz parte dessa sergipanidade”, pontuou.
Praça Fausto Cardoso
A Semana da Sergipanidade também contou com uma vasta programação com exposições, manifestações culturais e apresentações de artistas locais que atraiu grande público à Praça Fausto Cardoso, no Centro de Aracaju, que se transformou em um grande espaço de celebração à Sergipe, com intensa movimentação de público nas casinhas dos municípios participantes, que mostraram toda a sua cultura, arte e culinária local.
Segundo Fabrícia Santos Santana, catadora de mangaba do povoado Manoel Dias (Estância), comercializar os produtos ao longo da semana da Sergipanidade em um local histórico foi muito gratificante. “É muito importante porque estamos passando o conhecimento da mangaba a muitas pessoas chegam, perguntam, e é gratificante, porque a gente passa o conhecimento de algo da nossa região. Eu mesma fico feliz e gosto muito de apresentar os produtos e gosto de ver quando as pessoas se surpreendem, quando experimentam um brigadeiro de mangaba, uma cocada de mangaba e apreciam, valorizam. É interessante saber que os nossos produtos são reconhecidos”, comemorou.
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