A arte transforma vidas e ilumina os espaços nos quais ela se insere. E é com esse propósito, que o projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), selecionou a artista plástica Mariana Feitosa para criar junto com as mulheres uma arte exclusiva nas unidades de produção e beneficiamento construídas através do projeto.
De acordo com a coordenadora do projeto, Mirsa Barreto, a ideia é levar a história das mulheres e de suas comunidades de modo artístico para as paredes das associações, com o intuito de reforçar o sentimento de pertencimento e orgulho de suas trajetórias. “Quando convidamos a artista, pensamos justamente em trazer para as paredes brancas das associações, as cores e as texturas da restinga e seus frutos, contando através de elementos criados e colaboração entre a artista e as participantes do projeto, as histórias das mulheres diversas que integram nossa rede”, conta.
A primeira unidade a receber o trabalho da artista foi a Associação das Catadoras de Mangaba de Ribuleirinha, e após algumas conversas e visitas, a artista buscou inspiração na resistência da mangaba para criar um painel nas paredes externas da unidade que representasse a luta e a força das mulheres extrativistas. “Eu já conhecia o trabalho das catadoras de mangaba e fiquei muito feliz com o convite. A minha principal preocupação foi conseguir fazer com que elas se sentissem representadas porque o lugar é delas, eu sou apenas um vetor. Então, eu busquei dialogar sempre com elas, assisti o documentário, e fomos construindo juntas a arte”, disse Mariana Feitosa.
Para Josefa dos Passos Santos, presidente da Associação das Catadoras de Mangaba de Ribuleirinha, vale destacar que é uma arte feita por uma mulher para mulheres e que certamente irá valorizar ainda mais o trabalho delas. “Eu achei maravilhoso, uma forma de valorizar o espaço, o nosso trabalho e a nossa história. Nós ficamos muito satisfeitas com o desenho, vimos antes dela pintar, construímos juntas, falamos como a gente queria e estamos muito felizes. Com certeza vai fazer com que mais pessoas nos visitem, queiram conhecer nosso trabalho e a luta das mulheres extrativistas de Sergipe”, celebrou a presidente da associação.
A proposta do projeto é que até setembro de 2025, três unidades de beneficiamento recebam as artes feitas pela artista plástica, sendo mais uma forma de destaque para a trajetória das mulheres do projeto Rede Solidária e das suas unidades, que também são pontos de comercialização, transformando as construções em atrações turísticas e de interesse de apreciadores da arte.
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