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Mês de luta pelos direitos das mulheres promove reflexões e atividades focadas no fortalecimento e na autonomia das integrantes do projeto Rede Solidária

 

Durante o mês de março, de modo a celebrar e fortalecer ainda mais a luta das mulheres extrativistas e artesãs, o Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Movimento de Catadoras de Mangaba de Sergipe (MCM), promoveu uma série de atividades e eventos para refletir sobre o tema definido pela Organização das Nações Unidas – ONU, para 2025, como o ano de todas as mulheres e meninas, uma vez que a data comemora os 30 anos da Declaração de Pequim, um marco global na defesa da igualdade de gênero

 

Ao longo do mês de março, as mulheres participaram de uma campanha, disponível no Instagram do projeto, em formato de quatro vídeos, com quatro mulheres de regiões distintas de Sergipe, para falar sobre se ver e ser mulher. Além disso, no dia 07 de março, dia que antecede o Dia Internacional da Mulher, foi realizada a live “O futuro é ancestral e feminino”, destacando o protagonismo das mulheres que fazem parte do projeto como transmissoras de saberes ancestrais de suas comunidades.

 

 

De acordo com a coordenadora do projeto, Mirsa Barreto, a proposta da campanha e da live surgiu com o intuito de incentivar e ampliar as vozes das mulheres em rede, de modo que elas dialogassem sobre suas realidades e fomentassem essa troca de conhecimento entre elas e com o mundo. “A campanha deste ano com a proposta da Live e da produção dos vídeos em que elas comentam sobre como é se ver em imagem e em momentos felizes, é uma forma de homenagear todas as mulheres que fazem parte do projeto através dos seus olhares e das suas perspectivas sobre si mesmas, fortalecendo ainda mais a autonomia e a autoestima ao longo dos processos”, afirmou.

 

A rendeira do município de Divina Pastora, Adriane Santos, iniciou, também em março, através do projeto, as aulas de renda irlandesa em sua cidade para as mulheres que estejam interessadas na prática. “Nós temos sempre momentos de troca de conhecimento e de cultura, e cada vez que a gente participa de eventos, de oficinas, de cursos voltados para as mulheres, a gente sai cada vez mais fortes, porque a gente vê outras realidades, outras visões de mundo, uma história de vida de uma fortalece a história de vida da outra. E essa é uma forma de mudar a visão machista de mundo, a gente não transforma só a nossa mentalidade, das mulheres, a gente transforma toda a sociedade”, disse.

 

 

Participação em eventos

 

Além das oficinas técnicas do projeto, em março, as mulheres participaram de eventos de comercialização em grandes espaços, a exemplo do Congresso Norte-Nordeste de Oftalmologia entre os dias 20 e 22, no Centro de Convenções AM Malls, em Aracaju e na unidade da Petrobras, também em Aracaju. Para coroar o mês, foram realizados o Encontro de Educomunicação, na sede do projeto, nos dias 19 e 20, com aulas práticas e rodas de conversa com assuntos que atravessam as formas de comunicação e como nos comunicamos com o mundo, e a Oficina A Escrita que Habita em Mim, uma proposta que buscou instigar e capacitar as participantes, utilizando a palavra no seu mais amplo sentido.

 

 

A oficina A Escrita que Habita em Mim, foi realizada nos dias 25 e 26, na Escola do Legislativo de Sergipe, e promoveu um amplo diálogo sobre os repertórios pessoais das mulheres, de modo a despertar o ser criativo e desenvolver atividades lúdicas e criativas. “Quando eu entrei na rede, eu estava num momento crítico de minha vida, fiquei impossibilitada de participar de início, mas de uns tempos para cá, eu estou com mais tempo livre e desde então mergulhei de cabeça nos cursos e oficinas de projeto, e tem sido tão bom para mim, é um apoio tão grande que damos e recebemos umas às outras e isso nos fortalece cada vez mais enquanto mulheres”, celebrou Maria Helena, do povoado Aguada, em Carmópolis.

 

Para Alaine Santos, catadora de mangaba do bairro Santa Maria, em Aracaju, todos os eventos, sejam de comercialização ou de conhecimento, são de extrema importância para o fortalecimento das mulheres. “As oficinas, os cursos, são muito úteis para mim, acho que para todas são muito importantes, porque conhecemos outras mulheres com trajetórias de luta semelhantes às nossas, a gente aprende a não desistir. Por mais que a gente lute para tentar se impor, nossa sociedade é machista, e a Rede está muito presente nisso porque reforça sempre que o lugar de mulher é onde ela quiser, e eu acredito muito nisso também”, finalizou.