Nos dias 22 e 23 de maio, a sede da Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, uma iniciativa da Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), com apoio da Petrobras e da Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi palco da primeira Oficina de Audiovisual do projeto. A atividade reuniu 16 mulheres de diferentes regiões do estado, com perfis diversos, com o objetivo de aprender a utilizar imagens e sons para contar as próprias histórias e divulgar os trabalhos desenvolvidos por seus grupos e comunidades.
Promovida pela equipe de Educomunicação da Rede, a oficina foi conduzida pelo fotógrafo e educador Raul Marx. Durante os dois dias de atividades, as participantes tiveram contato com noções básicas de produção audiovisual, como enquadramento, planos de câmera, movimentos, captação de som e princípios de edição com celular. Também conheceram referências históricas e estéticas do cinema, além de participarem de exercícios práticos de gravação e montagem de vídeos.
“Pensamos em uma metodologia acessível e dinâmica, que respeitasse os diferentes níveis de familiaridade das participantes com o audiovisual. Algumas já tinham experiência com redes sociais e edição de vídeos, outras estavam tendo contato com esse universo pela primeira vez. O mais importante foi criar um ambiente de troca, onde todas puderam aprender juntas”, explicou Raul Marx.
Logo no início da oficina, a dinâmica “Telefone sem fio visual” propôs uma reflexão lúdica sobre os diferentes olhares e interpretações que uma imagem pode suscitar. Em seguida, foram apresentados conceitos como plano geral, plano médio e primeiro plano, que as mulheres puderam experimentar por meio da atividade “Lá Longe, Aqui Perto”. A ideia foi estimular a prática dos conhecimentos recém-adquiridos com os próprios celulares.
A programação também incluiu momentos de apreciação e debate. Outro destaque foi a atividade “Filme Haikai”, em que as mulheres criaram pequenas obras audiovisuais inspiradas em poemas curtos, aplicando de forma criativa o que aprenderam sobre imagem, som e edição.
Na manhã do segundo dia, as participantes aprenderam sobre as etapas de uma produção audiovisual, da pré-produção à pós-produção e discutiram o uso de equipamentos simples e acessíveis, como microfones de lapela, luzes portáteis e tripés adaptados para celulares. Também foram introduzidas ao uso do aplicativo CapCut, onde fizeram suas primeiras experiências de montagem.
A oficina integra um conjunto de ações da Rede Solidária de Mulheres voltadas ao fortalecimento da comunicação comunitária e à valorização das vozes femininas, especialmente em territórios historicamente invisibilizados. Ao final da oficina, os vídeos produzidos foram exibidos coletivamente, seguidos de um momento de avaliação e partilha.
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