Durante o mês de junho, as mulheres do projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Movimento de Catadoras de Mangaba de Sergipe (MCM), estiveram presentes em espaços diversos de comercialização na capital sergipana levando a história dos territórios extrativistas através dos produtos desenvolvidos por elas.
Ao longo do período junino, representantes das catadoras de mangaba encantaram o público no espaço de Economia Solidária na Vila do Forró, dentro do maior Arraiá à beira-mar do Brasil, na Orla de Atalaia, em Aracaju. Elineide dos Santos, carinhosamente conhecida por Neide, do povoado Manoel Dias, em Estância, contou sobre a sua experiência à frente da comercialização no espaço junto com a também catadora de mangaba de Manoel Dias, Dilva de Souza.
“Foi uma experiência ótima e está sendo ainda, pois a Vila do forró vai ficar até o dia 27 de julho, o que está ajudando muito a gente a divulgar não só os produtos, mas a nossa história. Tem muita gente que não conhecia a história da mangaba, dos territórios extrativistas, não conhecia o projeto, e esse espaço está ampliando esse conhecimento. Foi muito gratificante ver os turistas provando nossos licores, nossas geleias e se encantando, aplaudindo. Também foi muito bom ver o pessoal daqui de Sergipe mesmo valorizando os nossos produtos, comprando para presentear ou até mesmo consumir”, relatou Neide.
Além dos grandes eventos do período junino, as mulheres também levaram os seus produtos para comercialização no Shopping Jardins durante a semana do Meio Ambiente e no Arraiá Feitos de Amor, fortalecendo a autonomia das comunidades através do trabalho e da potência feminina que envolve todo o projeto, bem como estiveram presentes no aniversário de 50 anos da Embrapa Tabuleiros Costeiros, a casa da pesquisa agropecuária pública em Sergipe, e na unidade da Petrobras, em Aracaju.
“Eu estou muito feliz em participar desse projeto. Sempre digo isso porque a participação nas feiras, nos eventos e na comercialização mensal na Petrobras melhorou muito as minhas vendas, abriu portas para conhecer outras pessoas, e segue me estimulando para fazer cursos, aprimorar minhas técnicas. Estar nos espaços de comercialização me motiva demais, pois a gente se sente valorizada enquanto artesã, as pessoas elogiam, encomendam, e o próprio projeto incentiva muito a nossa participação. Estou cada vez mais empolgada e empenhada em desenvolver meus produtos”, afirmou Gildete Martins, artesã do povoado Alagamar, em Pirambu.
Novidades e próximos eventos
O mês de junho acabou, mas o sucesso de vendas e a divulgação dos produtos continuam. Entre os dias 3 a 6 e 10 a 13 de julho, as mulheres do projeto seguem na comercialização da segunda edição da ‘Casa dos Sabores e Fazeres’, realizado na parte externa do Oceanário de Aracaju, na região dos lagos da Orla de Atalaia. O evento é promovido pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Turismo e da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo, com apoio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê, com entrada gratuita, sempre das 10h30 às 17h.
A catadora de mangaba do povoado Capuã, em Barra dos Coqueiros, Silvana Correa, celebra a participação do projeto nesta segunda edição, bem como o convite para a participação em outros eventos. “Recentemente fomos convidadas para eventos grandes em hotéis, com pessoas do Brasil inteiro, estamos agora em julho na segunda edição dessa feira e é muito bom porque isso mostra que as pessoas gostam de nosso trabalho, pois em muitos eventos a gente está sendo convidada para voltar”, disse.
Para a coordenadora do projeto, Mirsa Barreto, a participação das mulheres em eventos dentro e fora do estado representa o fortalecimento da economia solidária dos territórios, mas também da autoestima e da autonomia das mulheres. “É importante destacar que a comercialização dos produtos e a troca de experiências nos eventos fortalece a valorização pessoal e dos seus territórios e comunidades, melhorando também a percepção que elas têm sobre elas mesmas, que é um dos objetivos da nossa iniciativa, promovendo a autoconfiança e a satisfação com suas qualidades e habilidades”, concluiu Mirsa.
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