O Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai) em parceria com a Petrobras e apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), concluiu neste mês o ciclo de dois anos de aditivo que assegurou a continuidade das atividades até 2025. Nesse período, mais de 500 mulheres sergipanas participaram de oficinas, cursos, intercâmbios e atividades de fortalecimento comunitário que consolidaram o projeto como uma das principais iniciativas de inclusão produtiva e organização social no estado.
Resultados alcançados
As ações envolveram oficinas de artesanato, processamento de alimentos, agroecologia e educomunicação, além de cursos complementares em áreas como Design Têxtil, Gestão Financeira e Informática. Foram cerca de 400 mulheres capacitadas em artesanato, 300 em processamento de alimentos e 250 em atividades de educomunicação. Também foram implantados 15 quintais produtivos e cinco viveiros em áreas de restinga e Mata Atlântica.
O período foi marcado por conquistas expressivas, como a entrega de unidades de produção em Carmópolis e no povoado Manoel Dias, em Estância, a criação de novos produtos de alimentos e artesanato, a participação em feiras de economia solidária e eventos nacionais, incluindo a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, e a produção de um livro digital infantil.
A engenheira de alimentos do projeto, Stephane Santos, destacou que os resultados foram fruto de um trabalho planejado. “Iniciamos o projeto com um levantamento detalhado de cada área, identificando os interesses das participantes em temas e produtos específicos. A partir disso, desenvolvemos as atividades de forma consciente e direcionada”.
Vozes das comunidades
A mobilização das mulheres e o impacto das atividades nos territórios foram ressaltados por participantes e lideranças locais. A assistente social do projeto, Conceição Mendonça, avaliou: “Mobilizar mulheres para participar das ações do Projeto Rede é um desafio de trabalhar com possibilidades de gerar conhecimento, ampliar espaços de troca, mas também de entender a realidade em que vivem as mulheres em suas comunidades, suas limitações do cotidiano, sonhos e oportunidades”.
Já Alícia Salvador, catadora de mangaba do povoado Pontal, em Indiaroba, afirmou que as formações representaram fortalecimento e autonomia: “As atividades seguiram fortalecendo ainda mais o que o projeto se propôs desde o início, que é apoiar, fomentar a autonomia de nós mulheres e valorizar o conhecimento tradicional das nossas comunidades”.
No sertão, a chegada da Rede também foi celebrada. “Esse é um momento de muita gratidão, pois fomos vistas e acolhidas pelo projeto, mesmo estando fora da rota do litoral. Eu tenho quase 30 anos de associação e posso dizer que é o primeiro projeto que chega de forma diferenciada, chega para valer, para construir conosco”, destacou Rosa Fernandes, presidenta da associação do povoado Malhadinha, em Poço Verde.
Reconhecimento e continuidade
O reconhecimento das ações também veio da Petrobras. Dângelly Lins, agente de responsabilidade social da empresa, avaliou positivamente os resultados: “A coordenação desse projeto é extremamente acolhedora e sempre nos escuta. Para nós, as tratativas de renovação foram muito positivas, pois é uma iniciativa verdadeiramente parceira da Petrobras nesse relacionamento com as comunidades”.
Segundo a coordenadora geral da Rede, Mirsa Barreto, o projeto consolidou avanços que vão além da qualificação. “Ao longo desses dois anos, conseguimos estruturar unidades de beneficiamento, quintais produtivos e novos produtos em alimentos e artesanato, fortalecendo a geração de renda para centenas de mulheres. Hoje, elas já articulam para além do projeto, criando possibilidades próprias. Agora seguimos para uma nova etapa, ampliando territórios, construindo mais oportunidades e reforçando nosso compromisso de transformar vidas por meio do trabalho coletivo e da solidariedade”.
Nova etapa
Com a renovação da parceria, a Rede Solidária de Mulheres de Sergipe seguirá com a missão de promover inclusão produtiva, autonomia econômica e cidadania, alcançando novas áreas e ampliando o impacto das ações. O projeto reafirma-se como rede de apoio e transformação social, conectando mulheres, comunidades e instituições em torno de um futuro mais justo e sustentável.
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