Neste Dia da Professora, celebrado em 15 de outubro, o projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Movimento de Catadoras de Mangaba (MCM), homenageia todas as mulheres que, ao longo de sua caminhada, compartilham saberes e impulsionam outras mulheres a descobrirem novas possibilidades de vida.
Mais do que uma data comemorativa, este dia tem um significado profundo para quem vive a experiência de ensinar e aprender em rede. Mulheres extrativistas, artesãs e rendeiras que integram o projeto relatam como o ato de ensinar ultrapassa a técnica e se torna um gesto de amor, de troca e de fortalecimento coletivo. Para Adriane Santos, rendeira e oficineira da Rede, ser professora é mais do que exercer uma profissão, é um dom.
“É o dom de ensinar, incentivar e transformar vidas. É um orgulho saber que o seu conhecimento melhorou a vida de alguém! Foi muito gratificante transmitir o ‘saber fazer’ da renda irlandesa. Mulheres que duvidavam de si mesmas hoje usam o que aprenderam como terapia e fonte de renda. Estão empolgadas, querendo aprender mais, perguntando quando será a próxima oficina. Isso é maravilhoso”, disse Adriane.

A artesã Rosa Maria, do município de Carmópolis, também celebra a data com emoção, lembrando que sua trajetória na Rede começou ainda como aluna. “Tive o prazer de ser professora, mas antes fui aluna. Ensinar mulheres que nunca haviam costurado e vê-las criando suas próprias peças do zero foi uma experiência maravilhosa. Esses cursos representam transformação de vida, oportunidade de reinvenção e conquista de independência. E eu sou prova viva disso”, destacou.
A professora e artesã do povoado Marimbondo, em Pirambu, Ieda Cruz, reforça a importância da data como valorização do exercício docente. “Ser professora é plantar aquela sementinha e colher esses frutos com qualidade e alegria. Não é algo fácil, é desafiador e muitas vezes exaustivo, mas é exercido com muito amor, dedicação e generosidade”, acrescentou.
Ensinar como ato de generosidade e partilha
Do povoado Alagamar, em Pirambu, a artesã Gildete Martins reforça a importância do ensinar como um ato de generosidade e partilha. “Ser professora é uma das profissões mais importantes. Ensinar às minhas colegas da Rede foi uma experiência ímpar. A gente se dedica, dá o melhor de si para que elas aprendam e pratiquem. É gratificante”.
Para Rosa Fernandes, artesã e professora no povoado Malhadinha, em Poço Verde, o papel do docente é um dos mais importantes. “É quem transmite o seu saber, quem tem o poder de transformar a realidade, despertar sonhos, quem leva um impacto positivamente no futuro dos alunos, das pessoas do convívio, forma cidadão, em qualquer área. Costumo dizer que é uma das profissões mais importantes, pois toda formação depende de nós, professores”.
A coordenadora da Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, Mirsa Barreto, ressalta a potência do conhecimento compartilhado entre mulheres como ferramenta de transformação social. “O que as mulheres fazem ao ensinar umas às outras vai muito além do conteúdo técnico. É uma ação de fortalecimento, de reconstrução da autoestima, de geração de renda e de autonomia. São mestras da vida e da arte, multiplicando saberes com sensibilidade, paciência e generosidade.”
O projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe segue fortalecendo laços, ampliando horizontes e criando oportunidades para que mais mulheres possam ensinar, aprender e transformar suas realidades por meio do conhecimento compartilhado.
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