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Mulheres da Rede marcham junto com Margaridas de todo o Brasil

 

Mais de cem mil mulheres ocuparam as ruas de Brasília, no dia 14 de agosto, durante a sexta edição da Marcha das Margaridas. Entre elas, as mulheres da Rede – Catadoras de Mangaba e Mulheres de Carmópolis – que, sob o lema “Margaridas na luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência”, marcharam em um encontro histórico de mulheres camponesas, sem terras, sem tetos, quilombolas, pescadoras, marisqueiras, ribeirinhas e oriundas de diversos povos e comunidades tradicionais, unindo-se às indígenas que participavam da I Marcha das Mulheres Indígenas.

 

 

Para Ana Angélica Santos, 47 anos, mulher da Rede, servidora pública de Carmópolis, a Marcha das Margaridas representou um encontro dela com a história de luta de muitas outras mulheres. “Eu não conhecia Margarida Alves e foi incrível conhece-la através de cem mil mulheres, marchando nas ruas de Brasília. Uma experiência única de organização social e união. Aprendi muita coisa, principalmente sobre a força que as mulheres têm, que eu tenho, que todas nós temos. Sem dúvida, a marcha foi de aprendizado e de encontros de gerações de mulheres que inspiram luta”, afirmou.

 

 

Alicia Morais, 33 anos, mulher negra, liderança extrativista, coordenadora do Movimento das Catadoras de Mangaba de Sergipe, uniu-se as mulheres do campo, das águas e das florestas, vindas de todos os estados do Brasil, para lutar por soberania, justiça social e pelo fim da violência.

“Estamos em luta porque nosso corpo hoje é violentado, mas toda mulher nesse país é resistência, e nós vamos construir uma sociedade livre de violências contra as mulheres do campo, indígenas e negras”, disse Alicia.

 

A manifestação percorreu o Eixo Monumental e foi até a Praça dos Três Poderes, ocupando toda a extensão da Esplanada dos Ministérios, onde a emoção tomou conta de Tainara Nascimento Vidal, 26 anos, jovem Catadora de Mangaba do Povoado Ribuleirinha, em Estância. “Ver essa quantidade de mulheres unidas na rua foi emocionante. Mulheres gritando por soberania popular, expondo suas lutas contra a violência, por justiça e igualdade, isso aí me arrepia até a alma”, contou.

 

“E, a gente que é mulher de movimento sabe qual a importância da união dessas mulheres, da mobilização, e da força que uma dá para a outra. A marcha foi incrível, e que venham mais edições, porque estaremos lá sempre. Cansadas, mas sem perder o sorriso e a esperança de ter um Brasil e um mundo onde as mulheres seja respeitadas “, descreveu Tainara.

 

 

Se forjar e reconhecer na luta das outras mulheres foi algo que aconteceu com Julcimara Floripedes, 37 anos, mulher da Rede e guarda municipal de Carmópolis, durante a Marcha das Margaridas. “Vim para Brasília achando que estava aqui apenas para apoiar a causa das mulheres rurais e a luta por seus direitos, mas quando fui vendo e ouvindo as falas dessas mulheres nas palestrantes, me dei conta que aqui também tinha causas minhas, que a luta também era minha. Fiquei encantada com as pessoas, histórias e cultura, e quando chegou a hora da marcha, eu já entendia que eu também estava aqui não só pra apoiar, mas também para denunciar, reivindicar e lutar. Eu estava realmente me sentindo uma margarida”, confessou.

 

 

 

Conheça as pautas, motivações e proposições da Marcha das Margaridas.

 

Confira as fotos da Marcha das Margaridas: Mulheres que marcham